Pedir o BPC para uma criança com autismo parece simples quando alguém explica por alto. Mas, na prática, o processo é cheio de armadilhas escondidas — e muitos pedidos são negados por detalhes técnicos que poderiam ser evitados.
Neste artigo, vamos mostrar as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas famílias que tentam sozinhas e como o apoio jurídico especializado pode transformar essa realidade.
A Ilusão da Simplicidade
Você escuta alguém dizer: “É só levar o laudo e o comprovante de renda no INSS.” Só que, na hora de reunir os documentos, preencher os dados no sistema e encarar a avaliação, percebe que as exigências são maiores do que pareciam.
É nesse momento que a frustração bate — e muitos pedidos acabam negados sem explicações claras.
“Eu fiz tudo certinho, mas disseram que faltou um documento.”
Documentação Incompleta ou Inadequada
Esse é um dos motivos mais frequentes para a negativa do BPC. Mesmo com o laudo do autismo em mãos, a ausência de relatórios complementares ou contradições nas informações pode ser fatal para o pedido.
Exemplos reais:
- Laudos com linguagem genérica, sem descrever as limitações funcionais
- Comprovantes de renda que não batem com os dados do CadÚnico
- Falta de comprovantes de gastos essenciais (medicamentos, fraldas, terapias)
O advogado previdenciário atua justamente aqui: revê, organiza e apresenta os documentos da forma que o INSS exige — traduzindo a realidade da família em linguagem técnica.
A Burocracia Invisível
Mesmo no atendimento digital do Meu INSS, existem termos e caminhos que confundem:
- Diferença entre benefício assistencial e previdenciário
- Entendimento sobre composição da renda
- Prazos processuais que não são avisados por e-mail, nem WhatsApp
O advogado atua como intérprete entre a família e o INSS — evitando que informações mal interpretadas virem negativa.
Avaliação Social e Perícia Médica
Essas duas etapas são decisivas. E, diferente do que muitos pensam, não é só o laudo que define o direito.
O INSS quer saber:
- Como o autismo afeta o dia a dia da criança
- Se ela precisa de ajuda para tarefas básicas
- Se a família realmente vive em vulnerabilidade social
O problema? Muitas vezes a avaliação é rápida, superficial ou baseada apenas em impressões.
O advogado orienta a família sobre:
- Como apresentar a realidade de forma clara, sem exageros nem omissões
- Como fazer com que os documentos “falem a mesma língua” das avaliações
Erros que Custam o Benefício
- Marcar a opção errada no formulário do Meu INSS
- Apresentar dados de renda que parecem altos porque não foram explicados corretamente
- Usar um laudo antigo, incompleto ou com CID incompatível
Cada um desses erros pode gerar indefinição, atraso ou indeferimento.
O Valor do Apoio Jurídico
Com um advogado especialista:
- Você sabe o que entregar e como entregar
- O processo é acompanhado do início ao fim
- Você tem alguém que conhece os prazos, os termos e os critérios de avaliação
- Se algo der errado, há preparação para recurso ou ação judicial
“A diferença entre um pedido aprovado e um negado muitas vezes está na forma como a realidade da família é apresentada ao INSS.”
Leitura Anterior Reforçada:
Conclusão
Solicitar o BPC sozinho pode parecer mais rápido — mas também pode sair mais caro se o pedido for negado.
Evite desgastes, retrabalho e atrasos. Fale com quem entende e sabe como proteger o direito do seu filho desde o começo.
👉 Na próxima semana, vamos falar sobre a perícia médica e a avaliação social no BPC para autistas — e como elas se tornam provas fundamentais para conquistar o benefício.