Você preparou todos os documentos para o BPC do seu filho, mas agora chegou a etapa mais temida: a perícia médica e a avaliação social do INSS. E agora?
Muita gente pensa que, com o laudo na mão, o benefício já está garantido. Mas a verdade é que essas avaliações são provas decisivas — e se forem feitas de forma superficial, seu direito pode ser negado mesmo com todos os requisitos cumpridos.
Neste artigo, vamos mostrar como funcionam essas etapas, o que o INSS realmente avalia e, principalmente, como o advogado especialista atua para proteger seu direito desde o início.
O Que Realmente é Avaliado?
Ter o diagnóstico de autismo é o ponto de partida. Mas o INSS quer saber como essa condição afeta a vida prática da criança ou adolescente.
Na perícia médica, o foco será:
- Capacidade de realizar atividades do dia a dia (higiene, alimentação, comunicação)
- Grau de dependência para tarefas básicas
- Presença de comportamentos que indiquem impedimento de longo prazo para autonomia
Na avaliação social, o foco será:
- Como a condição afeta a vida em comunidade e na escola
- Se a família tem condições de prover os cuidados necessários
- Condições habitacionais, econômicas e suporte da rede familiar
⚠️ Atenção: Nem sempre o perito ou assistente social tem formação especializada em autismo. Por isso, a clareza e coerência dos documentos apresentados fazem toda a diferença.
A Construção da Prova Começa Antes da Perícia
Um bom processo de BPC começa com um dossiê bem estruturado:
- Laudo médico atualizado, com descrição funcional (não só o CID!)
- Relatórios de fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo
- Comprovantes de gastos com cuidados especiais (fraldas, medicações, transporte)
- Histórico escolar (se houver) e observações da equipe pedagógica
Mas não basta juntar papéis: é preciso organizar, contextualizar e alinhar as informações com o que será avaliado.
O Papel Estratégico do Advogado
O advogado previdenciário atua antes, durante e depois da perícia. Veja como:
Antes:
- Analisa todos os documentos com olhar técnico
- Prepara a família sobre o que será avaliado e como apresentar a realidade sem medo
- Alinha o discurso com os relatórios, para evitar contradições
Durante (se houver acompanhamento permitido):
- Garante que o perito entenda o caso com profundidade
Depois:
- Avalia se houve superficialidade ou erro técnico
- Pode entrar com recurso ou ação judicial com pedido de nova perícia
“Muita gente perde o BPC não por falta de direito, mas porque não conseguiu provar da forma correta.”
Quando a Avaliação Falha
Infelizmente, não é raro que:
- O perito não leia todos os documentos
- A avaliação dure poucos minutos
- A família não consiga expressar a rotina da criança por nervosismo
O advogado consegue identificar esses sinais e reverter o cenário injusto, construindo uma nova prova para o recurso ou processo judicial.
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Conclusão
A perícia médica e a avaliação social não são obstáculos — mas também não são formalidades automáticas. Elas são o momento em que o INSS decide se o direito da sua família será reconhecido ou não.
Com orientação especializada, você transforma esse momento em uma prova sólida, coerente e humana.
👉 Na próxima semana, vamos falar sobre o que fazer quando o BPC é negado — e por que a Justiça pode ser o caminho para garantir o direito do seu filho.